Jovem foi baleado enquanto caminhava por uma rua em Pereira Barreto; família considera inadequada a transferência hospitalar
A Polícia Civil de Araçatuba vai investigar o caso de um jovem de 25 anos baleado na noite do último sábado (26), em Pereira Barreto, após a namorada da vítima registrar um boletim de ocorrência questionando o atendimento médico prestado ao rapaz. A denúncia foi feita na noite de terça-feira (29) e levantou dúvidas sobre a conduta da Santa Casa de Araçatuba durante o tratamento.
De acordo com informações da Polícia Militar, o jovem foi atingido por disparos de arma de fogo enquanto caminhava por uma via pública. Ele foi encontrado consciente, com múltiplas perfurações no abdômen, e socorrido pelo Corpo de Bombeiros ao pronto-socorro local. Diante da gravidade, foi transferido para um hospital em Ilha Solteira.
Segundo relato da namorada, após o atendimento inicial em Ilha Solteira, o jovem foi transferido para a Santa Casa de Araçatuba. No entanto, na madrugada de terça-feira (29), foi novamente removido — desta vez de volta para Ilha Solteira — sem ter sido submetido à cirurgia necessária, segundo a família.
Ela afirma que a equipe médica da Santa Casa informou que o rapaz precisaria de cirurgia para remoção de projéteis alojados no corpo, o que não ocorreu. A transferência teria sido feita de ambulância, e ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital em Ilha Solteira.
Ainda conforme o depoimento da companheira, médicos da unidade onde ele está internado atualmente alegaram que o estado de saúde do jovem é grave e que ele não deveria ter sido removido de Araçatuba, pois a transferência teria agravado seu quadro clínico.
A Santa Casa de Araçatuba, por meio de nota da assessoria de imprensa, informou que o paciente foi atendido no pronto-socorro, referência em casos de alta complexidade para 40 municípios da região, incluindo Pereira Barreto. Segundo o hospital, o jovem foi avaliado por equipes de Ortopedia, Cirurgia Geral, Urologia e Neurocirurgia. A conclusão foi de que o caso poderia ser tratado como média complexidade, com indicação de cirurgia geral que poderia ser realizada no hospital de origem. A nota ainda afirma que a transferência considerou também a proximidade com familiares, como forma de humanizar o atendimento.
A justificativa foi contestada pela namorada, que afirmou que o jovem reside com a mãe em Araçatuba e estava apenas de passagem por Pereira Barreto no dia da tentativa de homicídio.
O caso foi oficialmente registrado na Polícia Civil, que irá apurar se houve negligência no atendimento e nas transferências hospitalares.
Por Guilherme Renan
