Homem que confessou ter matado cuidadora de idosos por ela se negar a beijá-lo agiu de forma fria e não se arrepende, diz polícia

Marcelo Bastos usou uma fita crepe para estrangular e matar Cintia Ribeiro. Crime começou a ser investigado após uma denúncia de desaparecimento do marido da vítima.

Frio e sem demonstrar qualquer arrependimento. Segundo a Polícia Civil, foi assim que Marcelo Junior Bastos Santos agiu ao confessar ter matado a cuidadora de idosos Cintia Ribeiro, de 38 anos, por ela se negar a beijá-lo. Marcelo e Cintia trabalhavam juntos há dois dias e o crime aconteceu na casa de um casal de pacientes, em Goiânia.

Ao g1, a Defensoria Pública do Estado de Goiás informou que não vai comentar o caso. O órgão é responsável pela defesa de Marcelo, pois ele não constituiu advogado particular. Marcelo está preso desde o final da tarde de terça-feira (5), um dia depois do crime.

A Polícia Civil concluiu a investigação e encaminhou o inquérito ao Poder Judiciário na quinta-feira (14). Marcelo foi indiciado por quatro crimes: feminicídio, ocultação de cadáver, tentativa de estupro e furto.

“Ele matou a vítima estrangulada, isso gera o crime de feminicídio. Foi também indiciado por tentativa de estupro, que ele mesmo relata que tentou beijar a vítima à força. Responde também pela ocultação do cadáver em um lote vizinho, e também pelo furto das alianças e do anel de noivado da vítima, encontrados dentro da carteira dele”, disse o delegado Carlos Alfama.

Durante as investigações, a polícia descobriu que Marcelo assediou uma fonoaudióloga momentos depois de matar Cíntia. Os dois crimes aconteceram na mesma casa, em Goiânia.

“Ela relatou que quando entrou na casa por volta de 11 horas, a Cintia já não estava mais, ou seja, ele já tinha matado e ocultado o cadáver. Ela chegou a ser assediada sexualmente ali pelo Marcelo, que fez comentários inoportunos sobre as roupas dela”, afirmou o delegado.

O delegado afirmou que não há nenhum indício de que a fonoaudióloga tenha ajudado o investigado no crime. Ao contrário disso, na visão do delegado, a mulher correu risco de vida, pois Marcelo apresenta um “comportamento disfuncional em relação a questões sexuais”.


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Colega que confessou ter matado cuidadora de idosos por ela se negar a beijá-lo agiu de forma fria e não se arrepende, diz polícia

Marcelo Bastos usou uma fita crepe para estrangular e matar Cintia Ribeiro. Crime começou a ser investigado após uma denúncia de desaparecimento do marido da vítima.

Por Larissa Feitosa, g1 Goiás

16/11/2024 04h00  Atualizado há 4 horas

Marcelo Junior Bastos Santos, suspeito de matar cuidadora de idosos Cintia Ribeiro, em Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Marcelo Junior Bastos Santos, suspeito de matar cuidadora de idosos Cintia Ribeiro, em Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Frio e sem demonstrar qualquer arrependimento. Segundo a Polícia Civil, foi assim que Marcelo Junior Bastos Santos agiu ao confessar ter matado a cuidadora de idosos Cintia Ribeiro, de 38 anos, por ela se negar a beijá-lo. Marcelo e Cintia trabalhavam juntos há dois dias e o crime aconteceu na casa de um casal de pacientes, em Goiânia.

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Ao g1, a Defensoria Pública do Estado de Goiás informou que não vai comentar o caso. O órgão é responsável pela defesa de Marcelo, pois ele não constituiu advogado particular. Marcelo está preso desde o final da tarde de terça-feira (5), um dia depois do crime.

A Polícia Civil concluiu a investigação e encaminhou o inquérito ao Poder Judiciário na quinta-feira (14). Marcelo foi indiciado por quatro crimes: feminicídio, ocultação de cadáver, tentativa de estupro e furto.

“Ele matou a vítima estrangulada, isso gera o crime de feminicídio. Foi também indiciado por tentativa de estupro, que ele mesmo relata que tentou beijar a vítima à força. Responde também pela ocultação do cadáver em um lote vizinho, e também pelo furto das alianças e do anel de noivado da vítima, encontrados dentro da carteira dele”, disse o delegado Carlos Alfama.

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Assédio

Marcelo Junior Bastos Santos é suspeito de matar Cintia Ribeiro Barbosa, em Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Marcelo Junior Bastos Santos é suspeito de matar Cintia Ribeiro Barbosa, em Goiânia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Durante as investigações, a polícia descobriu que Marcelo assediou uma fonoaudióloga momentos depois de matar Cíntia. Os dois crimes aconteceram na mesma casa, em Goiânia.

“Ela relatou que quando entrou na casa por volta de 11 horas, a Cintia já não estava mais, ou seja, ele já tinha matado e ocultado o cadáver. Ela chegou a ser assediada sexualmente ali pelo Marcelo, que fez comentários inoportunos sobre as roupas dela”, afirmou o delegado.

O delegado afirmou que não há nenhum indício de que a fonoaudióloga tenha ajudado o investigado no crime. Ao contrário disso, na visão do delegado, a mulher correu risco de vida, pois Marcelo apresenta um “comportamento disfuncional em relação a questões sexuais”.

“Ele não respeita que uma mulher possa rejeitar os seus desejos e agora certamente vai responder pelo que ele fez”, avaliou o delegado.

Marcelo não será investigado pelo assédio contra a fonoaudióloga. O motivo para isso, segundo a polícia, é que a mulher não fez nenhuma denúncia contra ele por conta disso. Caso ela tivesse feito isso, ele poderia responder por importunação sexual.

Investigação

A delegada da Central de Flagrantes, Lara Soares, informou que o caso começou a ser investigado como desaparecimento, denunciado pelo marido de Cíntia. O homem afirmou que levou a esposa para o trabalho, mas que ela não havia voltado para casa e nem atendia o celular.

Marcelo e Cintia cuidavam do mesmo casal de idosos, no Setor Cidade Jardim, em Goiânia. Lara informou que, a princípio, Marcelo tinha dito à família dos idosos que Cíntia não tinha aparecido para trabalhar na última segunda-feira (4), dia do crime.

“A gente buscou câmeras do local e imediatamente nós vimos que ela realmente entrou na casa, então, já tinha algo a se suspeitar contra o cuidador”, afirmou a delegada.

A investigadora acrescentou que o suspeito pediu uma pá a um vizinho, o que também levantou suspeitas. Foi então que a Delegacia de Homicídios foi acionada.

Marcelo e Cintia trabalhavam juntos há dois dias. Alfama informou que havia terra remexida no quintal da residência onde a mulher trabalhava e que a cerca elétrica da casa estava repuxada.

“A Delegacia de Homicídios resolveu fazer o adentramento na casa vizinha e, quando entramos lá, infelizmente, nos deparamos com o corpo da vítima”, narrou.

Marcelo jogou o corpo de Cintia por cima do muro, depois de não conseguir enterrá-lo no quintal da casa onde a mulher trabalhava, de acordo com a investigação. Foi concluído que o indiciado agiu sozinho, com o apoio de uma cadeira, para jogar o corpo. Um vídeo mostra o momento da confissão dos crimes

Em depoimento à polícia, Marcelo confessou que estrangulou Cintia com um golpe mata-leão, que é quando se coloca os braços em volta do pescoço da vítima, pelas costas, até provocar a asfixia e perda de consciência.

“Ele estrangulou a vítima com o mata-leão, achou que ela já tinha morrido e saiu para um outro cômodo. De repente, ele percebeu que ela retomou a consciência e tentou fugir”, narrou Carlos Alfama.

O delegado contou que Marcelo foi atrás de Cintia e desferiu um novo mata-leão. Em seguida, com a fita crepe usada para prender as fraldas dos idosos, ele a enforcou novamente.

“Ele estrangulou a vítima com essa fita crepe para garantir que ela viesse a morrer”, afirmou Alfama. No local onde Marcelo estrangulou a cuidadora pela segunda vez, a polícia encontrou muito sangue.

“Ele estrangulou a vítima com o mata-leão, achou que ela já tinha morrido e saiu para um outro cômodo. De repente, ele percebeu que ela retomou a consciência e tentou fugir”, narrou Carlos Alfama.

O delegado contou que Marcelo foi atrás de Cintia e desferiu um novo mata-leão. Em seguida, com a fita crepe usada para prender as fraldas dos idosos, ele a enforcou novamente.

“Ele estrangulou a vítima com essa fita crepe para garantir que ela viesse a morrer”, afirmou Alfama. No local onde Marcelo estrangulou a cuidadora pela segunda vez, a polícia encontrou muito sangue.

Uma amiga de Cintia, que preferiu não ser identificada, contou que a mulher era muito querida pelo casal de idosos e trabalhava para eles há cerca de 6 anos. Cintia Ribeiro, que se casou na semana anterior ao crime, trabalhava com os idosos há cerca de seis anos e deixa o marido e quatro filhos.

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Carlos Sodario

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